OUÇA O POST EM PODCAST
Getting your Trinity Audio player ready...
|
Nenhum outro atleta até hoje conseguiu superar o ator e maior lutador de artes marciais de todos os tempos na combinação de destreza, força, velocidade, potência e capacidade de combate.
Fazer flexões de braços apoiado em um dedo, chutar um saco de boxe de 150 kg e fazê-lo bater no teto, arremessar um oponente 5 metros no ar são algumas façanhas físicas do ator e lutador Bruce Lee (1940-1973), ícone pop, maior lutador de artes marciais de todos os tempos.
A vida e a carreira do astro de filmes como O Dragão Chinês, A Fúria do Dragão e O Voo do Dragão são o tema de 30 for 30: Be Water, documentário do canal ESPN que estreia em breve. Dirigido por Bao Nguyen, o filme conta a história de Bruce Lee desde sua infância e seus primeiros passos como ator mirim em Hong Kong até o estrelato e morte prematura — ele morreu aos 32 anos, de edema cerebral, em 1973.
Nenhum outro atleta até hoje conseguiu superar Bruce Lee na combinação de destreza, força, velocidade, potência e capacidade de combate. Seu físico “seco”, rígido, elegante e compacto — ele media 1m70 e pesava 62 kg — é considerado um dos mais inspiradores e perfeitos de todos os tempos. O que pouca gente sabe, porém, é que Lee foi um incansável estudioso de fisiologia do exercício e cinesiologia (ciência que estuda os movimentos), com uma abordagem quase filosófica das artes marciais herdada das milenares tradições chinesas.
O documentário Be Water mostra o entrelaçamento da metodologia de treino de Bruce Lee com os princípios e conceitos das filosofias chinesas sobre a integração de corpo e mente. O próprio título do filme evoca uma fala do astro sobre a necessidade do ser humano se amoldar as situações como a água.
Você deve ser sem forma como a água. Quando você coloca água em um copo, ele se torna o copo. Quando você coloca água em uma garrafa, ela se torna a garrafa. Torne-se como a água, meu amigo.
Bruce Lee foi reapresentado às novas gerações em Era Uma Vez Em Hollywood, filme mais recente do diretor Quentin Tarantino. Interpretado pelo ator Mike Moh. O diretor foi acusado de retratar Bruce Lee de forma caricatural e ofensiva, pouco fiel à realidade. Na cena mais criticada, Bruce luta em pé de igualdade contra um personagem ficcional, o dublê Cliff Booth (interpretado por Brad Pitt). Os críticos do filme afirmam que se a luta tivesse ocorrido de fato, Bruce Lee teria moído o oponente.
Bruce era um garoto magrinho que, aos 13 anos, começou a treinar diariamente com afinco. Mais do que simplesmente fazer musculação, abraçou sua meta de forma científica, pesquisando métodos, registrando seus progressos e até modificando e adaptando esses métodos quando achava necessário. Bruce reunia como ninguém todas qualidades necessárias para atingir um objetivo de forma física: inteligência, curiosidade, dedicação, perseverança e concentração.
A aquisição da musculatura extraordinária nunca foi o principal objetivo de seu treinamento. A busca de Bruce Lee foi sempre não apenas o desenvolvimento muscular mas o fortalecimento do corpo e de todos seus sistemas para o cultivo da saúde e do condicionamento físico total. O fato de sua musculatura ser tão impressionamento é apenas efeito colateral desse pesquisa sobre a melhor forma. Seu método de treino e todos seus exercícios estão descritos no livro A Arte de Expressar o Corpo Humano, que chegou a ser lançado no Brasil, mas infelizmente está esgotado.
O documentário Be Water também cai como uma luva nestes tempos atuais ao mostrar o enfrentamento do racismo. Bruce lutou bravamente para modificar o modo preconceituoso como os asiáticos eram retratados no cinema americano.
Assista ao trailer do documentário Be Water, da ESPN.