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O sol é aquele falso amigo que conspira contra você na surdina. Conheça os erros e acertos masculinos mais comuns na hora de comprar e aplicar protetor solar.
O sol é legal, mas não é bonzinho, nem seu amigo. A radiação solar é perigosa o ano todo, em qualquer lugar e horário, e ainda mais a partir de setembro, quando os dias ficam cada vez mais quentes e o sol caminha para ficar a pino no céu no verão. Os vários tipos de raios (UVA, UVB, infravermelhos e luz visível) não provocam apenas queimaduras, mas também envelhecimento precoce, manchas, rugas e câncer de pele (o mais comum no Brasil, muitas vezes mortal). Passar protetor solar é a única maneira de proteger a pele o máximo possível da radiação.
Os raios solares agem silenciosamente danificando a pele em nível profundo. Geram uma quantidade altíssima de radicais livres, moléculas que oxidam as células e são as principais responsáveis pelo envelhecimento precoce do tecido cutâneo. O pior é que os danos são cumulativos. Ou seja: a soma de todo o sol que você tomou desde criança está definitivamente gravada em seu DNA.
Fundamental, porém, é aplicar o produto do jeito certo ou o protetor não age como deveria.
A dermatologista Adriana Vilarinho, da Clínica Adriana Vilarinho, de São Paulo, referência em dermatologia no Brasil, avalia os erros e acertos masculinos mais comuns na hora de comprar e aplicar protetor solar.
Costumo passar o protetor pelado, antes de sair de casa.
Correto.
O ideal é aplicar o produto com o corpo limpo e seco, livre de areia e suor. Fazer isso sem roupa ajuda a não esquecer nenhuma parte do corpo. Quanto mais cuidado você tiver na aplicação, mais protegido vai estar.
Só tomo sol antes das 10h ou depois das 16h, horários em que a radiação não é perigosa.
Correto até certo ponto.
O sol é perigoso o dia todo. Os raios ultravioleta B, que provocam danos visíveis, como queimadura e vermelhidão, têm pico de incidência entre 10h e 16h. Mas isso não significa que os outros horários sejam seguros, pois a radiação ultravioleta A, que causa fotoenvelhecimento, dura o dia inteiro e passa despercebida. Os UVA são os principais responsáveis por manchas, rugas e câncer, atingindo as camadas profundas da pele. A radiação UVB e é mais forte entre as 10 da manhã e as 4 da tarde, mas a UVA dura o dia todo, e é altíssima mesmo com tempo nublado, porque atravessa nuvens.
Só passo filtro solar quando está sol.
Errado.
Mesmo em dias nublados ou de mormaço, é preciso aplicar filtro solar em todas as áreas do corpo expostas à luz solar. A radiação UVA atravessa nuvens, causa envelhecimento precoce, manchas, rugas e câncer de pele e está presente na natureza em níveis muito maiores do que a radiação UVB, faça chuva ou faça sol. Também é perigosa a luz visível (a parte dos raios solares captada pelos olhos e que permite enxergar os objetos): ela também atravessa nuvens e danifica a pele.
Como gosto de ficar um pouco bronzeado, filtro solar com FPS 15 já é suficiente para me proteger.
Errado.
O FPS 15 é considerado hoje muito baixo e insuficiente para proteger a pele da radiação na medida certa. O FPS deve ser no mínimo 30 e, principalmente no rosto, de preferência 50. Não se trata apenas de controlar o nível de bronzeamento, mas de evitar todos os problemas de pele causados pelo sol. Ou seja, quanto maior for o FPS, a pele estará melhor protegida por mais tempo.
Sou um cara econômico e um frasco de protetor solar dura para mim o verão inteiro.
Errado.
Quando se aplica pouco protetor, não se atinge o FPS do rótulo e o nível de proteção cai para um terço. É mancada economizar o produto: é preciso aplicar o filtro generosamente, na quantidade recomendada pelos dermatologistas para cada área do corpo (veja o quadro no final do post).
Uso um filtro solar que resiste 90 minutos na água. Por isso não reaplico quando saio do mar.
Errado.
Mesmo os protetores que prometem resistir à água não conseguem oferecer duração muito prolongada. O próprio suor faz o filtro perder sua eficácia. Na praia ou na piscinas ou em caso de muita suadeira, para garantir uma boa proteção deve-se reaplicar o produto de duas em duas horas, após mergulhos ou transpiração excessiva, depois que o corpo secar.
Não quero pagar caro por um protetor solar. Acho que há marcas baratas muito eficazes.
Correto até certo ponto.
O grau de eficácia não está relacionado ao preço: produtos que custam menos podem oferecer a mesma proteção de uma marca cara. Entretanto, mais do que o FPS, o diferencial do preço pode estar na fórmula. Um bom protetor solar para o rosto, por exemplo, tem ativos que nutrem a pele e ajudam a controlar o brilho e o excesso de oleosidade. A recomendação é sempre escolher produtos das marcas de qualidade reconhecida.
PROTETOR NA MEDIDA CERTA
Use a quantidade correta de protetor solar para cada parte do corpo, segundo a recomendação da dermatologista Adriana Vilarinho.
- ROSTO E PESCOÇO> 1 colher de chá
- BRAÇOS > 1 colher de chá (para cada um)
- PEITO > 1 colher de chá
- COSTAS > 1 colher de chá
- PERNAS > 2 colheres de chá (para cada uma)